Entenda o que é o AVCB, quando ele é obrigatório para condomínios e quais as consequências de não emitir o documento.
O AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) é o documento que comprova que uma edificação atende às normas de segurança contra incêndios.
Ele é obrigatório para a maioria dos condomínios residenciais e comerciais e garante que o prédio tenha sistemas adequados de prevenção e combate a incêndios e outros riscos.
Mais do que uma exigência legal, o AVCB é uma medida essencial de proteção à vida e ao patrimônio. Desse modo, sua ausência pode gerar multas, interdições e até a perda da cobertura do seguro condominial.
Por isso, entender como o documento funciona, quem é responsável pela emissão e quais são os critérios de vistoria é fundamental para uma gestão condominial segura e em conformidade com a lei.
Para entender tudo sobre o AVCB em condomínios, é só continuar a leitura!
O que é o AVCB?
O AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) é o documento emitido após uma inspeção técnica que comprova que o imóvel segue as normas de segurança contra incêndio e pânico. Ele é exigido para edificações residenciais, comerciais e industriais, incluindo condomínios, e tem como principal objetivo proteger vidas e bens em caso de emergência.
Assim, a vistoria realizada pelos bombeiros avalia se o local tem condições adequadas de prevenção, controle e combate a incêndios, como:
- rotas de fuga;
- extintores;
- sinalizações;
- sistemas de alarme; etc.
Somente após a aprovação desses itens é que ocorre a liberação do AVCB, garantindo que o condomínio está regularizado e seguro para uso.
O documento tem prazo de validade definido. Geralmente é entre 3 e 5 anos, dependendo do tipo de edificação e das legislações estaduais, e deve ser renovado sempre que houver reformas, ampliações ou mudanças na estrutura do prédio.
Qual a função do AVCB?
A principal função do AVCB é certificar que o imóvel está em conformidade com as exigências do Corpo de Bombeiros, servindo como garantia de que todos os sistemas de segurança estão instalados e operantes.
Dessa forma, o documento garante que a edificação está em condições adequadas para proteger moradores, visitantes e patrimônio.
Além disso, o AVCB é indispensável para evitar sanções legais e garantir a validade do seguro condominial, que pode ser negado em caso de ausência ou vencimento do documento.
Diferença entre AVCB e CLCB
Embora ambos sejam emitidos pelo Corpo de Bombeiros, o AVCB e o CLCB (Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros) têm propósitos distintos.
O AVCB é exigido para edificações de médio e alto risco, que demandam vistoria presencial dos bombeiros e análise técnica detalhada.
Já o CLCB é voltado a empreendimentos de baixo risco, como pequenos comércios, e pode ser obtido de forma simplificada, geralmente por meio de autodeclaração e análise documental.
Para os condomínios, na maioria dos casos, a emissão do AVCB é obrigatória, devido à presença de múltiplas unidades habitacionais e áreas comuns que exigem controle rigoroso de segurança.
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Quem precisa emitir o AVCB?
A emissão do AVCB é obrigatória para praticamente todas as edificações, sejam residenciais ou comerciais. No caso dos condomínios, o documento é obrigatório tanto para prédios residenciais quanto para conjuntos comerciais e mistos, desde que ultrapassem as condições consideradas de baixo risco pelo Corpo de Bombeiros.
O principal critério para a obrigatoriedade do AVCB está relacionado à ocupação, altura e número de pavimentos, bem como à presença de áreas comuns, como garagens, salões de festas, academias ou espaços de lazer.
Além disso, em edificações onde circulam muitas pessoas, o risco de incêndio é maior. Por isso, o documento é indispensável para garantir a segurança e a conformidade com as normas locais.
O AVCB, além de ser uma exigência técnica, também é pré-requisito para obtenção de alvarás, licenças de funcionamento e seguros prediais. Dessa forma, sua emissão é essencial para a regularidade jurídica do condomínio.
De quem é a responsabilidade pelo AVCB?
A responsabilidade pela solicitação e manutenção do AVCB é do síndico, enquanto representante legal do condomínio.
Desse modo, cabe a ele garantir que o prédio esteja em conformidade com todas as exigências de segurança e acompanhar o processo de vistoria junto ao Corpo de Bombeiros.
Em condomínios administrados por empresas terceirizadas, a administradora pode auxiliar na gestão documental e no acompanhamento do processo. Porém, a responsabilidade legal permanece com o síndico. Esse dever está previsto no Código Civil (art. 1.348, II) e aparece também na Lei Kiss (Lei nº 13.425/2017), que trata da segurança em locais de reunião pública e edificações coletivas.
Deixar de emitir ou renovar o AVCB pode caracterizar negligência administrativa, sujeitando o síndico a penalidades civis e até criminais em caso de acidentes.
Quando o AVCB pode ser dispensado?
Existem situações específicas em que o AVCB pode ser dispensado, conforme normas estaduais e municipais. Geralmente, a dispensa ocorre em imóveis de pequeno porte, térreos, com baixo potencial de risco e sem áreas de uso coletivo.
Porém, mesmo nesses casos, é fundamental manter ações básicas de segurança, como extintores, sinalização e rotas de fuga sem obstrução.
Vale ressaltar que a dispensa do AVCB não significa ausência de responsabilidade. Afinal, em caso de sinistro, o responsável pelo imóvel ainda pode receber questionamento judicial.
Por isso, recomenda-se que todo condomínio busque a regularização, mesmo quando o risco parecer mínimo. Além de prevenir acidentes, o documento traz segurança jurídica e evita complicações com seguros e fiscalizações futuras.
Como é feita a vistoria do Corpo de Bombeiros?
A vistoria do Corpo de Bombeiros é a etapa que antecede a emissão do AVCB e tem como objetivo verificar se todas as medidas de prevenção e combate a incêndio foram corretamente implementadas no condomínio.
A condução desse processo profissionais especializados e segue critérios técnicos definidos pelas normas de cada estado e pela legislação vigente.
Em geral, o procedimento passa por quatro etapas:
- projeto;
- execução;
- inspeção final;
- emissão do AVCB.
Primeiro, um engenheiro ou arquiteto elabora o PPCI (Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios), que é submetido à análise do Corpo de Bombeiros.
Depois, as medidas de segurança previstas no projeto devem ser executadas. Geralmente, isso envolve a instalação de itens como extintores, iluminação de emergência e sinalização.
Por fim, ocorre a vistoria presencial, em que os bombeiros conferem se tudo que estava presente no PPCI está presente no condomínio de forma correta e funcional.
Somente após essa inspeção ocorre a emissão do AVCB, confirmando que o condomínio atende a todas as exigências legais de segurança e está autorizado a funcionar.
O que é avaliado na vistoria?
Durante a vistoria, o Corpo de Bombeiros analisa uma série de itens relacionados à segurança e à evacuação de pessoas em caso de incêndio. Entre os principais pontos avaliados podem estar:
- saídas de emergência e rotas de fuga devidamente sinalizadas;
- extintores de incêndio, hidrantes e mangueiras em número e locais adequados;
- iluminação de emergência e sinalização fotoluminescente nas áreas comuns;
- alarmes sonoros, detectores de fumaça e sistemas automáticos de combate a incêndio, como sprinklers;
- brigada de incêndio e treinamentos periódicos dos funcionários;
- acesso para viaturas e disponibilidade de pontos de água para o Corpo de Bombeiros.
No entanto, cada vistoria é particular e acontece de acordo com o projeto apresentado. Vale ressaltar que o não atendimento a qualquer requisito pode impedir a emissão do AVCB até a realização das correções.
Validade do AVCB
O AVCB tem prazo de validade determinado, que pode variar de 3 a 5 anos, conforme o tipo e a ocupação do imóvel.
Após esse período, o condomínio deve solicitar uma nova vistoria para renovação do documento, comprovando que as condições de segurança permanecem adequadas.
Além disso, a validade do AVCB também pode ser impactada por alterações estruturais, como reformas, ampliações, mudanças de layout ou instalação de novos equipamentos.
Atenção: sempre que houver modificações significativas, é obrigatório atualizar o PPCI e realizar nova inspeção.
Consequências da falta de AVCB
Para além dos riscos graves à segurança dos moradores, a ausência do AVCB coloca o condomínio em situação de irregularidade legal e pode gerar diversas consequências.
Isso porque, sem o documento, o edifício é considerado não conforme às normas de prevenção e combate a incêndios, o que afeta o seguro condominial e pode gerar ações judiciais contra o síndico, advertências, multas e até mesmo responsabilidade civil em caso de acidentes.
Advertências e multas
A ausência do AVCB pode gerar diferentes penalidades aplicadas pelo Corpo de Bombeiros, que variam conforme o estado e a gravidade das irregularidades.
Nos casos mais simples, em que o risco é baixo e as correções são pontuais, o condomínio pode receber uma advertência escrita, com prazo de até 180 dias para regularização. Esse tipo de notificação é comum quando há pequenas falhas, como sinalização incompleta ou extintores vencidos.
Quando as irregularidades são mais graves ou persistentes, o Corpo de Bombeiros aplica multas financeiras, cujo valor varia conforme a legislação de cada estado.
Em São Paulo, por exemplo, o valor segue a UFESP (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), que, em 2025, corresponde a R$ 37,02. As penalidades podem variar de 10 a 10.000 UFESP, resultando em valores entre R$ 370,20 e R$ 370.200,00, dependendo da gravidade e da reincidência da infração.
Em Minas Gerais, o processo segue critérios semelhantes: o Corpo de Bombeiros pode aplicar multa e até interdição do imóvel quando a implantação das medidas de segurança não acontece dentro do prazo.
É importante destacar que o pagamento da multa não isenta o responsável de corrigir as irregularidades. Enquanto não acontecer a regularização do AVCB, o condomínio permanece em situação irregular e sujeito a novas penalidades e interdições, inclusive pela Defesa Civil ou pelo município.
Seguro condominial
Além disso, a ausência do AVCB compromete a validade do seguro do condomínio, que é obrigatório de acordo com o Código Civil (art. 1.346).
Sem o AVCB válido, o condomínio passa a ser considerado irregular e de alto risco, o que pode levar à negação de cobertura em caso de sinistro. Isso significa que, mesmo pagando regularmente o seguro, o condomínio pode não receber indenização em situações de incêndio, explosão ou danos estruturais.
Além da perda financeira, a falta de cobertura gera responsabilidade direta para o síndico, que pode ser acionado judicialmente por negligência na gestão.
Por isso, manter o AVCB atualizado é também uma forma de garantir a efetividade do seguro condominial e proteger o patrimônio coletivo dos moradores.
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Como garantir a regularidade?
Manter o AVCB em dia é uma responsabilidade direta do síndico, mas o apoio da administradora é essencial para que o processo seja bem conduzido e se mantenha dentro dos prazos. A regularidade depende de planejamento, acompanhamento técnico e comunicação transparente entre todos os envolvidos.
A seguir, veja as principais dicas para garantir a regularidade e evitar problemas com o Corpo de Bombeiros.
1. Comece o processo com antecedência
Nunca espere o vencimento para agir. O ideal é iniciar a renovação do AVCB pelo menos 90 dias antes. Nesse período, o síndico deve reunir documentos, verificar o prazo dos laudos e identificar possíveis pendências.
A administradora, por sua vez, pode ajudar mantendo um controle centralizado de prazos, com alertas automáticos e acompanhamento de cada condomínio sob sua gestão. Assim, evita esquecimentos e garante que o processo corra dentro do tempo adequado.
2. Atualize o PPCI se necessário e contrate profissionais habilitados
Antes da vistoria, é essencial revisar o PPCI (Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios). Qualquer alteração estrutural, como reformas, ampliações ou mudanças de uso, precisa estar refletida nesse plano.
A administradora pode indicar engenheiros e empresas credenciadas, solicitar orçamentos e acompanhar o andamento das adequações, garantindo que todas as ARTs e laudos técnicos estejam emitidos e arquivados corretamente.
3. Mantenha uma rotina de manutenção preventiva
A prevenção é o segredo para não ser reprovado na vistoria. Crie um cronograma de inspeções regulares para verificar:
- extintores recarregados e dentro do prazo;
- hidrantes e bombas funcionando;
- sinalizações e rotas de fuga desobstruídas;
- iluminação e alarmes de emergência operantes.
A administradora pode padronizar essa rotina para todos os condomínios da carteira, garantindo uniformidade e rastreabilidade das inspeções.
4. Organize e digitalize toda a documentação
Guardar papéis em pastas físicas é arriscado. Dessa forma, uma boa dica é utilizar sistemas de gestão documental para armazenar o AVCB, laudos, ARTs e relatórios técnicos de forma digital. Assim, o acesso fica mais fácil durante auditorias, assembleias ou contratações de seguro.
A administradora pode centralizar esses arquivos em uma plataforma segura, criando um histórico completo de cada condomínio e evitando perdas de documentos importantes.
Além disso, com o sistema gratuito de gestão de apólices da Group, é possível centralizar o controle de seguros de todos os condomínios administrados. Com ele, é possível acompanhar os prazos de renovação e fazer as cotações antes do vencimento, tudo em um só lugar e sem custo.
5. Mantenha a transparência com os condôminos
A segurança deve ser tratada como um tema coletivo. Por isso, não deixe de informar os moradores sobre vistoria, prazos e possíveis intervenções no prédio. Com esse tipo de comunicação é possível diminuir a resistência, além de demonstrar comprometimento com a prevenção.
Desse modo, a administradora pode apoiar o síndico durante a realização de assembleias e com modelos de comunicados, e-mails e relatórios visuais que facilitem a prestação de contas e aumentem a confiança dos moradores.
6. Trate o AVCB como parte da rotina de gestão
Mais do que uma exigência legal, o AVCB deve fazer parte da rotina de governança e manutenção do condomínio. Afinal, acompanhar o status do documento de forma contínua ajuda a reduzir riscos, evitar multas e preservar o valor do patrimônio.
Além disso, a administradora que se mostra atenta às obrigações dos condomínios fortalece sua reputação, uma vez que mostra cuidado com a segurança e entrega um serviço de alto padrão.
Dúvidas comuns sobre o AVCB em condomínios
Abaixo, reunimos as perguntas mais frequentes sobre o tema, com respostas objetivas que ajudam a esclarecer o que é necessário para manter o condomínio em conformidade com o Corpo de Bombeiros.
O AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) é o documento que certifica que o condomínio segue as normas de segurança contra incêndios. Ele é emitido após vistoria e tem validade definida, geralmente de três a cinco anos.
A responsabilidade é do síndico, como representante legal do condomínio. No entanto, a administradora pode acompanhar o processo, reunir documentos e indicar profissionais técnicos, garantindo que tudo ocorra dentro dos prazos.
O prazo varia conforme o tamanho do condomínio, o nível de risco e o estado. Em média, o processo leva de 30 a 90 dias, desde o protocolo até a vistoria final. Condomínios com pendências estruturais podem precisar de mais tempo para adequações.
O AVCB costuma ter validade entre 3 e 5 anos, dependendo das normas do Corpo de Bombeiros de cada estado e do tipo de edificação. Mudanças estruturais, ampliações ou reformas exigem nova vistoria, mesmo que o documento ainda esteja vigente.
Sem o documento, o condomínio fica irregular e pode sofrer multas, interdições e perda da cobertura do seguro em caso de sinistro. Além disso, o síndico pode responder civil e criminalmente por negligência.
Sim, na maioria dos casos. Apenas edificações muito pequenas e de baixo risco, conforme normas locais, podem ser dispensadas. Mesmo assim, é recomendável adotar medidas de prevenção e manter a documentação em dia.








