Real Digital é um dos assuntos mais comentados das últimas semanas e não para menos. Isso porque suscitou diversas dúvidas, e não é para menos, afinal, estamos falando sobre nosso dinheiro.
Fato é que a tecnologia tem mudado nossa forma de lidar com o dinheiro. O PIX, por exemplo, revolucionou a forma de pagar, receber e transferir. Anteriormente, uma transferência que poderia demorar alguns dias, hoje é instantânea.
Segundo dados do Banco Central do Brasil, em 2022 foram mais de 20 milhões de transações, e até maio de 2023 já somam mais de 12 milhões de transações.
O projeto de alcunha do Banco Central também promete mais facilidade com o uso da tecnologia. Por isso, precisamos compreender o que é esse projeto, como funcionará e como afetará o nosso dia a dia.
Se você deseja saber mais sobre o Real Digital, então esse artigo é para você.
Boa leitura!
O que é o projeto Real Digital?
O Real Digital é um projeto do Banco Central do Brasil. Basicamente, a ideia é que essa moeda seja uma extensão do dinheiro físico, mas que será movimentada apenas por meio digital.
Desse modo, o Real digital será uma CBDC (Central Bank Digital Currency), tendo toda produção e regulamentação pelo Banco Central. Assim, o código será distribuído por bancos, instituições financeiras e sistemas de pagamento para o cidadão.
O objetivo do projeto é diminuir a prática da lavagem de dinheiro e estimular a inovação e concorrência no mundo digital.
Uma curiosidade é que as Bahamas foram o primeiro país no mundo a lançar uma moeda digital, em 2020, o chamado dólar de areia. China, Estados Unidos e Japão são exemplos de outros países que aderiram a essa modalidade.
Como funciona
O funcionamento do Real Digital é bem simples. Isso porque, ele ficará disponível em uma carteira digital, que estará sob a responsabilidade de bancos e outras instituições financeiras autorizadas pelo BC. Ou seja, o Banco Central produzirá e essas organizações disponibilizarão aos usuários.
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Vantagens do Real Digital
O lançamento promete algumas vantagens:
- Redução do uso de dinheiro físico: atualmente, apenas 3% do total de dinheiro em circulação no país é físico. Com o Real Digital, é possível uma redução na emissão de novas notas e moedas.
- Estímulo à competição no ambiente digital: segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), mais de 80% dos bancos centrais ao redor do mundo estão desenvolvendo suas próprias moedas digitais. Por isso, essa tendência impulsiona a competição no cenário virtual.
- Inibição de práticas criminosas: redução de crimes como a lavagem de dinheiro. Isso porque o dinheiro poderá ser rastreado. Essa é uma das estratégias do Banco Central para o novo sistema.
Quando entrará em prática
Atualmente o projeto está em fase de teste. A expectativa é que em 2024 seja aberto para a participação popular.
Outras questões…
Embora possam parecer semelhantes por serem digitais, PIX e Real Digital não é a mesma coisa. O PIX é voltado para transações enquanto o Real Digital é a moeda em si, que poderá ser usada ao redor do mundo sem a necessidade de conversão.
Como o Real Digital é a versão digital da moeda em circulação fisicamente, logo R$1 convencional equivale a R$1 digital.
CBDC é a sigla para Central Bank Digital Currency (moeda digital de banco central, em tradução livre). A CBDC é a versão digital da moeda que é emitida pelo Banco Central do país.
Não. As criptomoedas são de iniciativa privada, possuem a característica de investimento e não têm regulamentação pelo Banco Central, ao contrário do Real Digital. Este, é regulamentado pelo Banco Central e não possui fim de investimento.
A estimativa é que esteja disponível para a população a partir de 2024.
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