A conta de água do condomínio é um tema de grande atenção para síndicos e administradoras, seja por conta dos diferentes modelos de cobrança, as recentes regras do STJ ou no cuidado para economizar água.
A tecnologia, nesse caso, é uma grande aliada no planejamento e controle do consumo de água pelo condomínio, ajudando a reduzir custos e aumentar a eficiência e a sustentabilidade.
Tome nota das ideias apresentadas a seguir e avalie o que você pode aplicar no seu condomínio!
Como funciona a conta de água do condomínio?
A conta de água no condomínio pode seguir dois principais modelos de cobrança, conforme previsto na convenção condominial e de acordo com a estrutura de cada espaço: o rateio coletivo da conta de água ou a cobrança individualizada.
No modelo coletivo, o condomínio recebe uma única fatura, que deve ser dividida entre as unidades, geralmente de acordo com uma fração ideal de consumo. Esse modelo pode ser injusto, pois ignora a realidade de cada unidade, que pode fazer um uso diferente do recurso.
Nesse sentido, a individualização da cobrança se tornou regra para edifícios construídos à partir de 2021, de acordo com a Lei nº 13.312/2016:
“Art. 1º — Esta Lei torna obrigatória a medição individualizada do consumo hídrico nas novas edificações condominiais.
§ 3º As novas edificações condominiais adotarão padrões de sustentabilidade ambiental que incluam, entre outros procedimentos, a medição individualizada do consumo hídrico por unidade imobiliária.”
Então, com a obrigatoriedade do hidrômetro individual em novas unidades, o consumo de água nos condomínios se torna mais transparente, econômico e sustentável.
O que mudou com a nova regra do STJ sobre hidrômetro único?
O novo entendimento do STJ sobre tarifa de água no condomínio, implementado à partir de 2024, veio para corrigir desigualdades na conta de água para condomínios com múltiplas unidades e um hidrômetro único.
Agora, cada unidade autônoma passa a responder por uma franquia mínima individual (uma parcela fixa) e, apenas se o consumo total do edifício ultrapassar essa franquia somada, deve haver cobrança variável pelo excedente.
Conforme indicado no próprio site da instituição, uma das teses estabelecidas foi:
Nos condomínios formados por múltiplas unidades de consumo (economias) e um único hidrômetro, é lícita a adoção de metodologia de cálculo da tarifa devida pela prestação dos serviços de saneamento por meio da exigência de uma parcela fixa ("tarifa mínima"), concebida sob a forma de franquia de consumo devida por cada uma das unidades consumidoras (economias); bem como por meio de uma segunda parcela, variável e eventual, exigida apenas se o consumo real aferido pelo medidor único do condomínio exceder a franquia de consumo de todas as unidades conjuntamente consideradas.
Principais impactos da mudança do entendimento sobre tarifa de água e esgoto em condomínios de hidrômetro único:
- a cobrança por tarifa mínima + parcela variável torna-se lícita, desde que cada unidade seja considerada;
- fica ilegal adotar o método que considera todo o condomínio como uma única unidade para cálculo da tarifa (ou seja, hidrômetro único tratado como “uma economia”);
- também é ilegal adotar modelo híbrido que dispense alguma unidade da tarifa mínima ou misture critérios incompatíveis com a nova tese.
- para condomínios que já estavam sendo cobrados de modo incorreto, há possibilidade de restituição ou compensação dos valores pagos a mais, respeitando modulação de efeitos.
Em resumo: se o seu condomínio tem hidrômetro único, a tarifa não pode mais ser simplesmente dividida por todas as unidades como se fossem uma só. Cada unidade deve pagar sua parte mínima garantida, e só então poderá haver cobrança adicional pelo consumo além do combinado.
A conta de água é sempre inclusa no valor do condomínio?
Não há uma regra única. A conta de água pode estar inserida junto às despesas condominiais a depender da forma de cobrança adotada. Em condomínios com medição coletiva, a conta geralmente está inclusa, mas em casos de medições individualizadas, a cobrança separada é aplicada.
Cabe aos moradores observarem a discriminação das despesas no valor do condomínio por meio do boleto. Também é válido entender a previsão orçamentária anual, onde constam as despesas fixas e variáveis, se incluem ou não o custo da água.
Leia também:
Como reduzir a conta de água do condomínio na prática?
Economia de água é sempre uma pauta em assembleias condominiais. Evitar o desperdício sem comprometer o conforto dos moradores pode parecer difícil, mas com medidas simples isso é possível. Confira algumas das principais estratégias:
- campanhas de conscientização: engaje os moradores com comunicados, murais e assembleias, mostrando o impacto real da economia nas contas do condomínio.
- instalação de hidrômetros individuais: estimula o consumo consciente e faz com que cada unidade pague apenas pelo que consome.
- inspeção e reparo de vazamentos: pequenas falhas podem representar grandes desperdícios. Mantenha uma rotina de verificação preventiva.
- controle no uso da piscina: cubra, mantenha e monitore o uso da água para evitar reposições desnecessárias.
- reuso e reaproveitamento da água: instale sistemas de captação e tratamento simples para atividades como limpeza e rega de jardins.
- substituição de vasos sanitários antigos: modelos modernos com caixa acoplada utilizam até 70% menos água por descarga.
A seguir, conheça cada uma dessas medidas em detalhes para aplicar no seu condomínio:
1- Faça campanhas de conscientização
Tudo começa com uma boa divulgação. Com campanhas de conscientização, toda a comunidade condominial pode comprar a ideia e começar a desenrolar pequenas atitudes e ações na prática.
Por isso, aposte em cartazes e comunicados nos murais e elevadores, além de enviar cartas para todos os apartamentos. Trazer o tema para as assembleias também pode ser interessante.
Uma dica que gera bons resultados é destacar a redução do valor da conta de água na campanha, aliando sustentabilidade e vantagens para as finanças do condomínio.
2- Proponha a instalação de hidrômetros individuais
O desperdício muda de figura quando cada morador tem a exata noção do seu gasto individual. Vale a pena acrescentar, inclusive, que os especialistas veem na estratégia da individualização de hidrômetros uma das ações mais definitivas para a real economia na conta de água do condomínio.
Nesse sentido, o síndico pode propor a instalação de hidrômetros individuais na reunião de condomínio, apresentando seus benefícios e os objetivos financeiros com a ação.
Trata-se, afinal, de um sistema justo, visto que cada morador deve pagar somente pelo que de fato usou (somado aos custos com água nas áreas comuns).
No esquema tradicional, o condomínio gasta o montante completo e a administradora o divide por unidade, o que muitas vezes significa que moradores conscientes terão de arcar com um valor desproporcional para seu nível de consumo.
Há ainda a questão dos inadimplentes, que frequentemente são “bancados” pelo condomínio, já que não há maneira de descartar suas parcelas de consumo do montante total.
O método “coletivo” também favorece o gasto inconsequente de água, já que os moradores não têm noção do quanto consomem de água por mês. Não por acaso, o uso de hidrômetros individuais costuma ser um ótimo método para reduzir a conta.
A gestão pode e deve, inclusive, advertir os condôminos que apresentarem um consumo muito elevado. Algumas administrações aplicam até mesmo multas previstas em convenção.
3- Identifique vazamentos
Será que a integridade da infraestrutura do condomínio está intacta? Os vazamentos são ocorrências comuns nas edificações (especialmente as mais antigas), podendo acarretar grande desperdício de água e, consequentemente, um aumento da conta no condomínio.
Dessa forma, promova uma avaliação geral das dependências do condomínio, incluindo testes de vazamento em cada unidade.
Para os apartamentos dos condôminos, a vistoria pode ser profissional, realizada por funcionários condominiais instruídos e mesmo pelos próprios moradores.
De todo jeito, crie e encaminhe comunicados e materiais de divulgação sobre o assunto para os condôminos (com instruções para verificar vazamentos, se necessário).
A pauta também pode aparecer nas assembleias condominiais. Ao mesmo tempo, o síndico ou a administradora devem cumprir à risca a manutenção preventiva periódica.
4- Controle os gastos com água para piscina
Você sabia que uma piscina perde cerca de 90% de sua água todos os meses devido à evaporação?
Uma das principais medidas, nesse cenário, é providenciar uma cobertura para a piscina (reduzindo as chances de evaporação e a necessidade de reposição da água).
Outra possibilidade, praticada por muitos condomínios, é limitar o uso da piscina (com liberação do acesso, por exemplo, somente nos fins de semana). A longo prazo, essa medida representa uma grande economia.
Certifique-se, ainda, de revisar periodicamente a bomba de água e o filtro da piscina. Se esses equipamentos tiverem seu funcionamento prejudicado, contribuem com o gasto de água e o aumento da conta no condomínio.
5- Considere a opção do reúso/reaproveitamento de água
O reaproveitamento da água é certamente uma das ações mais sustentáveis e econômicas que podem ser aplicadas nos condomínios.
O reúso da água demanda a instalação de uma estação de tratamento simples. Nesse equipamento, a água utilizada para “uso nobre” (banho e pia) é tratada e pode ser reutilizada para atividades secundárias ou menos nobres, tais como lavagem de pisos e descargas.
O reaproveitamento da água da chuva também é um ótimo caminho para reduzir a conta de água do condomínio. Aqui, a água coletada pelas calhas no prédio é armazenada em cisterna, podendo ser utilizada para rega de jardins e lavagem das áreas comuns, dentre outras possibilidades.
6- Considere a troca dos vasos sanitários
Essa dica vale especialmente para os prédios mais antigos: substituir os vasos sanitários por modelos mais novos é uma economia certeira.
Para se ter uma ideia, enquanto os vasos com caixa acoplada (mais novos) despejam cerca de 6 litros de água por descarga, as válvulas e bacias mais antigas chegam a despejar de 12 a 24 litros por descarga!
Caso a ideia seja interessante para o condomínio, o síndico deve convocar uma assembleia para buscar votar e aprovar o processo de substituição de todos os vasos das áreas coletivas do condomínio, incentivando também a mudança nas unidades.
Como a tecnologia ajuda a controlar o consumo e evitar desperdícios
O controle digital do consumo é uma das formas mais eficazes de aumentar a eficiência na gestão condominial. Com o apoio da tecnologia, é possível reduzir erros, automatizar rotinas e promover o uso consciente dos recursos — como água, energia e gás — o que impacta diretamente nos custos e na sustentabilidade do condomínio.
O Group Medições, por exemplo, é uma solução desenvolvida para facilitar esse processo. Por meio de um app inteligente, a administradora consegue:
- lançar automaticamente as medições no sistema financeiro do condomínio;
- capturar fotos dos medidores, garantindo mais transparência para moradores;
- coletar dados de água, energia, gás e água quente com precisão;
- detectar anomalias, como vazamentos ou medidores violados;
- acompanhar leituras pendentes e realizadas em tempo real;
- configurar perfis de acesso por tipo de usuário;
- enviar dados diretamente para o ERP e o app do morador, sem retrabalho.
Além de reduzir desperdícios, a solução torna a gestão hídrica mais autônoma, econômica e alinhada às boas práticas de convivência condominial.
Quer ver como funciona na prática? Fale com um consultor da Group!
Conta de água do condomínio e gestão eficiente!
Manter o controle da conta de água do condomínio é essencial para garantir previsibilidade financeira, sustentabilidade e transparência na administração. Entender as formas de cobrança, acompanhar a legislação e contar com a tecnologia certa faz toda a diferença na rotina de síndicos e administradoras.
Quer reduzir desperdícios, automatizar leituras e ganhar mais controle sobre o consumo? Conheça o Group Medições e descubra como a automação pode transformar a gestão de água do seu condomínio. Mais eficiência, menos custos e total transparência para todos os moradores.
Perguntas frequentes sobre conta de água do condomínio
A cobrança e o consumo de água ainda geram dúvidas comuns entre administradoras, síndicos e moradores. Para facilitar o entendimento, reunimos abaixo respostas diretas sobre os principais pontos: como funciona a cobrança, quando a individualização é obrigatória e o que fazer diante de contas altas.
A conta é única e o valor é dividido entre os moradores conforme a fração ideal ou regras da convenção. Após decisão do STJ, pode incluir franquia mínima por unidade e parte variável.
Sim, mas apenas em novos empreendimentos. A Lei nº 13.312/2016 exige medição individualizada nas construções posteriores à sua publicação.
Verifique vazamentos e leituras incorretas. Se tudo estiver certo, vale investir em sistemas automatizados, como o Group Medições, para detectar desperdícios e acompanhar o consumo em tempo real.
