Inadimplência na empresa é um desafio comum enfrentado por muitos empresários.
Em novembro de 2022, foi registrado a marca de 6,4 milhões de empresas inadimplentes no Brasil, segundo dados do Serasa Experian. Desde 2016 não era registrado um número tão grande de negativação. Nesse período, foram registrados mais de 45 milhões de débitos negativados, um total de 108 bilhões. Dessa forma, para cada CNPJ inadimplente havia cerca de 7 dívidas para serem pagas.
A questão da inadimplência na empresa gera preocupação e insegurança, por isso, sempre fica a pergunta: como evitar?
Neste artigo, exploraremos a questão da inadimplência empresarial e discutiremos estratégias eficazes para lidar com esse desafio.
Veja, também, o episódio #07 do Group Talks, que é sobre endividamento e inadimplência:
O que é inadimplência?
Antes de mais nada, é importante conceituar o termo. A inadimplência é um termo utilizado para descrever a situação em que uma pessoa ou empresa deixa de cumprir com suas obrigações financeiras. Isto é, inadimplência é o atraso ou a não efetuação do pagamento devido.
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O que causa inadimplência?
As causas de inadimplência em uma empresa podem estar relacionadas a vários fatores.
Diminuição da renda e mudança econômica é um deles. Em períodos de recessão econômica, instabilidade ou diminuição da demanda por produtos ou serviços da empresa, é comum ocorrer uma redução da renda.
Se a empresa não se adaptar adequadamente a essa nova realidade econômica, pode enfrentar dificuldades para gerar receita suficiente para cobrir seus custos. Por conseguinte, a empresa atrasa ou deixa de pagar suas obrigações financeiras, resultando em inadimplência.
Ademais, a falta de um planejamento financeiro adequado pode levar a decisões financeiras equivocadas e à incapacidade de lidar com despesas e pagamentos futuros. Caso a empresa não estabeleça metas financeiras claras, acompanhe seu fluxo de caixa, controle seus gastos e estabeleça reservas de emergência, corre o risco de enfrentar dificuldades financeiras e se tornar inadimplente.
De igual modo, a má política de parcelamento e crédito também causam inadimplência na empresa. Se a empresa oferece condições de pagamento muito flexíveis ou extensas linhas de crédito sem uma análise adequada da capacidade de pagamento dos clientes, logo corre o risco de enfrentar atrasos e falta de pagamento por parte dos clientes. Isso porque afeta diretamente o fluxo de caixa da empresa, podendo comprometer sua capacidade de honrar seus próprios compromissos financeiros, como o pagamento de fornecedores, funcionários e impostos.
Confira o episódio 7 do Group Talks, em que Heloisa Rabelo e Bruno Capelão abordam a questão do endividamento e inadimplência.
Consequências da inadimplência na empresa
A inadimplência na empresa tem diversas consequências negativas que afetam sua saúde financeira e sua capacidade de operação.
Em primeiro lugar, a inadimplência resulta na falta de recebimento dos valores devidos pelos clientes, gerando um desequilíbrio no fluxo de caixa da empresa. Quando as entradas de dinheiro diminuem devido aos atrasos ou à falta de pagamento, a empresa pode ter dificuldades para cumprir com suas obrigações financeiras, como pagamento de fornecedores, salários de funcionários e pagamento de contas.
Outrossim, reduz a disponibilidade de recursos financeiros da empresa, o que limita seu potencial de investimento. Com menos recursos disponíveis, a empresa pode ter dificuldades para financiar projetos de expansão, melhorias em suas operações, aquisição de novos equipamentos ou tecnologia. Ademais, a inadimplência afeta a liquidez da empresa, tornando mais difícil o acesso a dinheiro para emergências ou oportunidades de negócio.
Não podemos nos esquecer que a inadimplência pode prejudicar a reputação da empresa perante seus clientes, fornecedores, parceiros de negócios e investidores. Dessa forma, a restrição no acesso a crédito é outra consequência da inadimplência. Os bancos e instituições financeiras podem se tornar mais cautelosos ao conceder empréstimos ou linhas de crédito à empresa inadimplente, devido ao risco de não receberem os pagamentos. Por isso, há dificuldade na obtenção de financiamento para investimentos, capital de giro ou outras necessidades financeiras da empresa.
Por fim, e não menos preocupante, a inadimplência resulta em ações judiciais por parte dos credores. Além dos custos legais associados, existem multas, juros e indenizações em caso de condenação judicial, o que agrava ainda mais sua situação financeira.
Como evitar a inadimplência na empresa?
Como vimos, a inadimplência na empresa apresenta diversos malefícios ao empresário. Com isso, é preciso adotar diversas estratégias e práticas. Pensando nisso, separamos 6 dicas para evitar a inadimplência na empresa:
- Use régua de cobrança: a régua de cobrança é uma sequência estruturada de ações para acompanhar e cobrar os pagamentos em atraso. Isso inclui contatos telefônicos, envio de lembretes por e-mail, envio de cartas de cobrança. Se necessário, também ações mais assertivas, como negociações de prazos, acionamento de serviços de cobrança ou encaminhamento para cobrança judicial.
- Fidelize de bons pagadores: reconhecer e valorizar os clientes que são bons pagadores é uma estratégia importante para evitar a inadimplência. Dessa forma, incentiva a fidelização e cria um senso de reciprocidade, fazendo com que esses clientes mantenham sua adimplência.
- Estruture bem os processos financeiros: é essencial que a empresa tenha processos financeiros bem estruturados, com políticas claras de crédito, prazos de pagamento definidos, análise criteriosa de crédito antes de conceder parcelamentos e limites de crédito, e um acompanhamento rigoroso das contas a receber e a pagar.
- Automatize as cobranças: ajuda a garantir que os prazos de pagamento sejam lembrados de forma eficiente e pontual. Inclui o envio automatizado de lembretes de vencimento por e-mail, a emissão de boletos bancários e o acompanhamento automatizado do status das cobranças.
- Aplique penalidades a devedores: estabeleça penalidades claras para os clientes inadimplentes pode desencorajar a falta de pagamento. Essas penalidades podem incluir a cobrança de juros, multas por atraso e até mesmo a suspensão do fornecimento de produtos ou serviços. A aplicação consistente dessas penalidades demonstra a seriedade da empresa em relação aos prazos de pagamento e pode incentivar os clientes a honrarem suas obrigações financeiras.
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